Total de visualizações de página

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Amélia de hoje

Amélia de hoje

Amélia que era mulher de verdade.
Eu sou apenas uma mulher.
E gostaria de reinvindicar o direito de sê-lo.

Sou vaidosa. Uso baton pra dar cor à minha vida.
Maquiagem para parecer mais bonita.



Não faço tudo com perfeição; alguns fios de cabelo branco, apesar de todas as tentativas para evitá-los, aparecem.
Uso cremes pra retardar o envelhecimento e se à noite tenho dores de cabeça é porque me sinto cansada. 

Nem sempre estou disponível e pronta e cometo erros.
Me engano, como qualquer outro ser humano normal.
Gosto de roupas, sapatos, jóias, perfumes e flores.



Um minuto de atenção me faz ganhar todo o dia.

Sou sensível, fraca, frágil. Sou forte quando preciso.


Minha única busca: o amor e tudo o que dele resulta:

crianças, trabalho, dia-a-dia e felicidade.

Mas vou além: quero segurança, andar de mãos dadas, ser pega no colo e ser chamada de rainha.




Minhas lágrimas me traem quando menos espero.

E desespero.

Detesto a solidão, a falta de atenção.

Sou impaciente e não gosto de esperar.

Não quero ser objeto e nem ter dono.



Sou capaz, por mim mesma, amando, de me entregar de todo e ser fiel.

Sem amarras, simplesmente por amor.

Posso ferir, como todas as rosas.



Mas perfumo também, dou encanto.

Ilumino o amor como só as mulheres sabem fazer.

Compenso, se assim posso dizer.

Há sempre um preço para a felicidade e tocar nela é aceitar pagar esse preço.

Sou uma Amélia dos tempos modernos.

Mais independente, sabendo o que quer.

E o que quero é ser eu mesma.


Letícia Thompson

Nenhum comentário:

Postar um comentário